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trabalhar.
A força de trabalho do Operário que o capitalista compra para vender com
lucro, mas é evidente que o capitalista não vende a força de trabalho de seu
operário. O que ele realmente vende - e com lucro - são as mercadorias que
o trabalho do operário transformou de matérias-primas em produtos
acabados. O lucro vem do fato de receber o trabalhador um salário menor do
que o valor da coisa produzida.
O capitalista é dono dos meios de produção - edifícios, máquinas, matéria-
prima etc.; compra a força de trabalho. É toda associação dessas duas coisas
que decorre a produção capitalista.
Observe o leitor que o dinheiro não é a única forma de capital. Um industrial
de hoje pode ter pouco ou nenhum dinheiro, e não obstante ser possuidor de
grande volume de capital. Pode ser dono de meios de produção. Isso, o seu
capital, aumenta na medida em que ele compra a força de trabalho.
Uma vez iniciada uma indústria moderna, ela obtém seus lucros e acumula
seu capital muito depressa. Mas de onde veio inicialmente o capital - antes
de começar a indústria moderna? É uma pergunta importante, porque, sem a
existência do capital acumulado, o capitalismo industrial, tal como o
conhecemos, não teria sido possível. Nem teria sido possível sem a
existência de uma classe trabalhadora livre e sem propriedades - gente que
tinha de trabalhar para os outros para viver. Como se criaram essas duas
condições?
Poderíamos dizer que o capital necessário para iniciar a produção capitalista
veio das almas cuidadosas que trabalharam duro, gastaram apenas o
indispensável e ajuntaram as economias aos poucos. Houve sempre quem
economizasse, é verdade, mas não foi dessa forma que se concentrou a massa
de capital inicial. Seria bonito se assim fosse, mas a verdade é bem diversa.
A verdade não é tão bonita.
Antes da idade capitalista, o capital era acumulado principalmente através do
comércio - termo elástico, significando não apenas a troca de mercadorias,
mas incluindo também a conquista, pirataria, saque, exploração.
Não foi em vão que as cidades-Estados italianas se prontificaram a ajudar a
Europa ocidental nas Cruzadas. O término dessas guerras "religiosas"
encontrou Veneza, Gênova e Pisa controlando um fraco império, e os
conquistadores italianos aproveitaram ao máximo sua oportunidade. Uma
corrente de riqueza do Oriente para as mãos de seus comerciantes e
banqueiros. Uma das melhores autoridades no assunto, John A. Hobson,
disse sobre esse comércio italiano com o Oriente: "Assim, muito cedo foram
lançadas as bases do comércio lucrativo que proporcionou à Europa
ocidental a riqueza necessária para a posterior expansão dos métodos
capitalistas de produção."
Se Hobson está certo, devemos então procurar o início da organização
capitalista na península italiana. E ali, nos séculos XIII e XIV, e mesmo
antes, é exatamente onde vamos encontrar esse início.
Mas por maior que fosse esse tesouro do Oriente, não era bastante. Um
afluxo novo e maior de capital era necessário antes que a idade da produção
capitalista realmente pudesse começar a existir. Foi a partir do século XVI
que se começou a reunir capital em volume bastante grande para satisfazer a
essa necessidade. Karl Marx, outra eminente autoridade sobre a questão da
evolução do capitalismo moderno, assim a resume: "A descoberta de ouro e
prata na América, a extirpação, escravização e sepultamento, nas minas, da
população nativa, o início da conquista e saque das Índias Orientais, a
transformação da África num campo para a caça comercial aos negros,
assinalaram a aurora da produção capitalista. Esses antecedentes idílicos
constituem o principal impulso da acumulação primitiva."
É verdade que Cortez e Pizarro, os conquistadores do México e Peru, eram
espanhóis, e que os espanhóis são conhecidos há muito pelo tratamento
impiedoso que dão as suas colônias. Mas e os holandeses? Sem dúvida seus
métodos eram diferentes?
Sir T. S. Rafles, que foi Vice-Governador da Ilha de Java, diz que "não".
Descreve sua história da administração colonial da Holanda como "uma das
mais extraordinárias relações de traições, subornos, massacres e
mesquinharias". '~' Calculou ele que os lucros da Companhia Holandesa das
Índias Orientais de 1613 a 1653 foram de cerca de 640.000 florins,
anualmente.
Eis uni exemplo dos métodos holandeses de acumular capital. Para conseguir
Malaca, os holandeses subornaram o governador português. Ele os deixou
entrar na cidade em 1641. Correram à sua casa e o assassinaram para abster-
se do pagamento de 21.875 libras, o preço da traição.
Onde punham o pé, provocavam a devastação e o despovoamento.
Banjuwangi, província de lava, tinha em 1750 mais de 80.000 habitantes, em
1811 apenas 18.000. Belo comércio!" Assim a Holanda acumulou o dinheiro
que precisava para se tornar a principal nação capitalista do século XVII.
Depois da Holanda, a Inglaterra era o mais importante país capitalista. Onde
e como conseguiram os ingleses o capital necessário para isso? Pelo trabalho
árduo, vida comedida e longa poupança? Nem pense nisso.
W.Howitt, em seu Calonization and Christianity, publicado em Londres em
1838, cita um colaborador do Oriental Heraid que disse o seguinte sobre os
britânicos na Índia:
Nosso império não é um império de opinião, não é nem mesmo um império
de leis; foi conquistado e ainda é governado pela influência direta da força.
Nenhum pedaço do país foi voluntariamente cedido permitiram-nos a
princípio desembarcar no litoral para vender novos produtos pela fraude
derrubamos os antigos soberanos da terra, tomamos aos nobres todo o seu
poder, e, por um saque contínuo na indústria e nos recursos do povo,
tomamos deles toda a riqueza excedente e disponível." O autor disso parece
irritado, não? Bem, e provarei que o leitor também se irritasse, se tivesse
vivido na Índia em 1769-1770. Teria visto, nesta época, milhares de
nativos morrendo de fome. Por que não havia bastante arroz? Absolutamente
o arroz era abundante. Então, por que a fome? Simplesmente porque os
ingleses haviam comprado todo o arroz e não se dispunham a vendê-lo -
senão por preços fabulosos, que os miseráveis nativos não podiam pagar.
O comércio com as colônias trouxe riqueza à metrópole. Fez as primeiras
fortunas dos comerciantes europeus. Particularmente interessante como fonte
de acumulação de capital foi o comercio em seres humanos, os negros
nativos da África. Em 1840 o Professor H. Merivale pronunciou uma série de
conferências em Oxford sobre "Colonização e Colônias". No curso de uma
dessas conferências, formulou duas perguntas importantes, e deu-lhes uma
resposta igualmente importante: "O que transformou Liverpool e Manchester
de cidades provincianas em cidades gigantescas? O que mantém hoje sua
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